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MÚSICA

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Foge Foge Bandido

Foge Foge Bandido


dia 1 de Julho pelas 22h00/ ano 2011

Cine-Teatro de Estarreja


Voz, guitarras, samplers, teclados e cassetes: Manel Cruz
Baixo acústico e eléctrico, melódica e voz: Eduardo Silva

Guitarras, sintetizadores, samplers e voz: Nuno Mendes
Bateria, percussões, samplers, serrote e flauta transversal: Nicô Tricot
Percussões, laminas, xilofones e teclados: António Serginho

Depois dos Ornatos Violeta, Pluto e Supernada, Manel Cruz regressa aos palcos com o projecto Foge Foge Bandido. Resultado de muitas experiências e partilhas, O Amor Dá-me Tesão/Não Fui Eu Que Estraguei é um livro com dois CD – uma obra – que pode ser visto como um filme, em que as músicas e as histórias desenham narrativas imaginárias e estabelecem uma comunhão entre a identidade do autor, intérprete dos seus sentimentos, e do ouvinte, intérprete do intérprete segundo os seus sentimentos.
Um projecto que nasce da espontaneidade e cuja multiplicidade de instrumentos utilizados demonstra a liberdade e a predisposição de Manel Cruz e todos os músicos, amigos (pessoas e animais), desconhecidos e família com que ele se cruzaram ao longo do processo de criação desta obra.

“O Foge Foge Bandido foi um namoro de acasos, descobrir a música das pessoas e não dos músicos e atribuir ao tempo a tarefa de seleccionar o material. Foi tentar ao máximo expressar o processo, com a consciência, claro, de que o acaso se estende ao próprio entendimento desse processo e de que se calhar não percebi nada”
Manel Cruz

Texto de Lia Pereira da “Blitz” sobre a apresentação de Foge Foge Bandido

Começou com um bem-vindo miminho, o reencontro de Manel Cruz com o público lisboeta, após um não muito longínquo concerto no São Jorge, em Junho do ano passado . Frente a uma Aula Magna cheia, e com cerca de meia hora de atraso (suspeitamos que mercê do desaire europeu do Benfica), um dos músicos de culto mais estimados da sua geração surgiu em palco, com uma banda de quatro multi-instrumentistas, e logo à segunda canção atacou "Borboleta", uma das mais populares faixas do primeiro, e singular, trabalho do projecto Foge Foge Bandido, O Amor Dá-me Tesão/Não Fui Eu que Estraguei . Surpreendente? Sim, na medida em que, algo enfadado por aquela ser a única música do disco-livro a merecer exposição radiofónica, Manel Cruz havia-se, em vários concertos do Bandido, recusado a dar asas à Borboleta. Ontem à noite, não se fez rogado e ofereceu o "brinde" logo no arranque do espectáculo - o que, de resto, não tirou qualquer encanto às duas horas de música que se seguiram ao simpático começo.

O primeiro de uma série de concertos por auditórios portugueses, o espectáculo de ontem à noite, na Aula Magna, demonstrou a veracidade do que Manel Cruz vinha anunciando, recentemente, em entrevistas. O Bandido cresceu e está diferente do que o víramos em Santa Maria da Feira, na estreia absoluta e acabrunhada do projecto , ou mesmo em Paredes de Coura, no Verão passado . Uma das maiores novidades prende-se com o facto de Manel Cruz tocar, agora, de pé: pode parecer pormenor de somenos importância, mas transfere desde logo uma maior energia para a plateia (ontem atenta e calorosa, mas longe dos excessos interventivos do concerto do São Jorge, por exemplo). Geralmente encarregado da guitarra, acústica e eléctrica, Manel Cruz também deitou uma mãozinha aos teclados, à harmónica e até, já na recta final do concerto, durante a divertida "Eleva!", que sampla o discurso apoteótico de um pastor brasileiro, aos pratos da bateria. O homem de São João da Madeira esteve, ontem à noite, particularmente aguerrido e confortável em palco, o que conferiu às músicas, por vezes enigmáticas, de um disco labiríntico um novo vigor - quase como se as suaves aguarelas se tivessem transformado em desenhos com marcadores Molin.

Também a fluidez entre as canções, que vão das intimistas "Foi No Teu Amor" ou "Meu Amor Está Perto" ao rock gingão e airoso de "Eu Podia Estar Mais Perto" (tocada ao vivo pelos Pluto) e "Acorda Mulher", foi trabalhada pela banda. As pausas são agora menos pronunciadas, como se as peças, ainda minuciosas mas menos miudinhas, deste puzzle encaixassem agora com mais facilidade. É essa nova noção de conjunto que permite a Manel Cruz e à sua banda - onde militam Eduardo Silva, dos Pluto, e Nicolas Tricot, colaborador do também ex-Ornatos Nuno Prata - saltitarem com notável equilíbrio entre o burlesco de "Canção Zero", a reflexão algo Radioheadiana de "As Nossas Ideias", o faduncho de "Falso Graal" ou a bela "Tempo Sem Mentira", com o público a substituir-se ao sample das gaivotas que o Bandido se esquecera de trazer de casa.

Apoquentado pelo "calorão" que se fazia sentir na Aula Magna, Manel Cruz acabaria também por livrar-se da camisola e tocar de tronco nu durante boa parte da noite o que, a par da postura combativa e do embrulho mais dinâmico de algumas músicas (é o caso do single "Canção da Canção Triste"), transportou a memória de muitos para tempos pintados de violeta.

Tal como o disco-livro, os concertos de Foge Foge Bandido são uma experiência em curso, até agora aparentemente bem sucedida. Em entrevista ao Correio da Manhã, Manel Cruz dizia esta semana que, apesar de só ter vendido 2500 exemplares do álbum, obteve "um maior retorno" do que no tempo dos Ornatos Violeta . A satisfação do artista com a sua independência e com o carinho do público que, a julgar pelas reacções entusiastas a várias canções, soube fazer seu um disco menos convencional, esteve sempre evidente na noite de ontem, fazendo da primeira visita do Bandido à Aula Magna uma experiência prazerosa para banda e espectadores.

A fechar o serão, "Sempre a Pensar", o terno/amargo hino "Canção da Lua" e "Quem Sabe" puseram um ponto final parágrafo num belo capítulo da história ao vivo do Foge Foge Bandido. Perfeccionista como o conhecemos, Manel Cruz poderá até pensar que o espectáculo não está, ainda, no ponto - mas como ficou provado entre o primeiro concerto que do projecto vimos e o mais recente, o caminho também conta, e de que maneira.
Lia Pereira

Bio
Manel Cruz – Ornatos Violeta, Pluto, Supernada…
Eduardo Silva – Pluto, DEP, Zelig…
Nuno Mendes – Bandemónio, Bombazines…
Nicô Tricot – Red Wings Mosquito Stings, Nuno Prata, Zelig…
António Serginho – Druming, Zelig…


Mais informações:
www.fogefogebandido.com
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